Pela ansiedade de lançar logo um produto no mercado, muitos empreendedores acabam pulando etapas cruciais de planejamento que requerem dedicação e antecedem, até mesmo, a etapa de desenvolvimento do próprio produto. O reflexo disso pode ser catastrófico, podendo ser desperdício de tempo e dinheiro.
Para evitar isso é necessário conter a ansiedade e ser altamente criterioso e minucioso nas etapas de planejamento, principalmente, no que diz respeito a conceituação de seu produto. Em “Como criar produtos e serviços de sucesso?” vimos a importância das ideias que se transformam em negócio suprir ou despertar necessidades reais. Agora, vamos entender sobre a importância de criar um conceito sólido e porquê não devemos pular essa etapa na jornada do desenvolvimento de um produto.
Do material para o Simbólico
“Não me ofereçam coisas.
Não me ofereçam sapatos.
Ofereçam-me comodidade para meus pés e o prazer de caminhar.
Não me ofereça casa.
Ofereçam-me segurança, conforto e um lugar que prime pela limpeza e felicidade.
Não me ofereçam livros.
Ofereçam-me horas de lazer e o benefício do conhecimento.
Não me ofereçam discos.
Ofereçam-me lazer e sonoridade da música.
Não me ofereçam ferramentas.
Ofereçam-me o benefício e o prazer de fazer coisas bonitas.
Não me ofereçam móveis.
Ofereçam-me o conforto e a tranquilidade de um ambiente aconchegante.
Não me ofereçam coisas.
Ofereçam-me ideias, emoções, ambiência, sentimentos e benefícios.
Por favor, não me ofereçam coisas.”
– Philip Kotler, auto professor e consultor de marketing.
Você entendeu as dicas acima? Ideias, emoções, ambiência, sentimentos e benefícios são o que farão o seu produto vender! São valores, conceitos!
O termo “conceito” tem origem no latim “conceptus” que significa “coisa concebida” ou “formada na mente”. Por isso, a sua grande sacada ou grande ideia de produto – como preferir chamar –, deve vir acompanhada de um conceito que servirá para:
Definir o seu produto no mercado
Quando você define um conceito você indica o verdadeiro sentido do produto existir. Estabelecendo este sentido com clareza será mais fácil determinar qual é o seu público e os aspectos físicos ou comportamentais dele.
Atribuir qualidade
Quando você atribui qualidade ao seu produto você soma valores que serão traduzidos em benefícios, benefícios esses que poderão agregar ainda mais valor ao seu produto e diferenciá-lo dos produtos concorrentes, atraindo o seu consumidor.
Qualificar e classificar
Qualificar e classificar o seu produto irá auxiliar a comunicar as qualidades de forma efetiva e posicioná-lo no mercado de maneira eficiente, além de proporcionar a análise do grau de satisfação do seu consumidor.
Agora, talvez você esteja se perguntando “E como eu faço para definir um conceito?” Calma! Nós vamos dar algumas dicas a seguir para ajudá-lo nesta etapa de criação e ajuste de conceito de produto.
Defina o conceito do seu produto baseado no real motivo dele existir
Pergunte-se: Por que eu tive essa ideia? Por que o meu produto precisa existir? Quais são os benefícios dele? Para quem este produto está sendo criado? Por que alguém compraria este produto, ao invés do produto concorrente?
Verifique se o conceito criado está bem nítido
Mensurar se um conceito está nítido não é uma tarefa que você fará sozinho. Envolva mais pessoas, podem ser conhecidos que estejam dispostos a fazer criticas objetivas e construtivas ou podem recorrer a uma pesquisa de mercado. Veja se as pessoas conseguem compreender o conceito de seu produto ou, se será necessário incluir informações complementares para isso.
Verifique se o maior benefício do seu produto é positivamente diferenciado
Qual o maior benefício do seu produto? Esse benefício é diferenciado se comparado aos produtos da mesma linha do seu concorrente? Ele pode favorecer a propensão de consumo? Ele torna o dia a dia mais prático ou estão ligados às rotinas, hábitos e costumes do seu consumidor? Se não, pare e repense. Caso contrário, seu consumidor considerará seu produto tão semelhante aos dos concorrentes que não irá adquiri-lo ou sequer, saber diferenciá-lo.
Quais expectativas de satisfação o seu produto pode despertar?
Pense sempre na experiência que seus consumidores terão ao adquirir o seu produto. Será uma experiência positiva? Imagine-se num restaurante: você entra, é acompanhado até o seu assento, olha o cardápio e faz o seu pedido. Você está com fome, mas seu pedido está demorando demais para chegar… Já faz quarenta minutos que fez o pedido e nada! Isso é uma experiência positiva? Acredito que não! Tente se colocar no lugar do seu consumidor e analise se, de fato, o seu produto está despertando a satisfação de seus consumidores – do início ao final de seu ciclo de vida.