E foi necessário, novamente, a nossa floresta se queimar de forma drástica para que a população mundial se mobilizasse em prol do meio ambiente. Uma novela que se repete de tempos em tempos e que ansiamos por um “final feliz”… Mas ainda há esperança!
Hoje, 04 de outubro, é celebrado o Dia da Natureza. Esta data é dedicada a conscientizar a sociedade a refletir sobre métodos sustentáveis de utilizar o meio ambiente, sem danificá-lo. Exatamente por isso, vamos recordar aqui o que houve nos últimos tempos e como podemos, de fato, contribuir de forma sustentável para o meio ambiente.
Para quem não se lembra, nos primeiros capítulos da nossa novela tivemos o sinistro evento em que o dia virou noite e a cidade de São Paulo foi encoberta por uma névoa densa e escura. Após, um bombardeio de notícias sobre queimadas em Rondônia e na Amazônia preencheram as telas de nossos aparelhos de TV, seguidas por uma sequência de outras notícias que mais pareciam lutas de MMA entre os governantes e que nos renderam diversas manifestações e mobilizações por todo o mundo. Ah! E não poderíamos esquecer dos grandes memes; de como a girafa foi parar em nossa floresta tropical, do #AnittaRousseff com o depoimento “Sem oxigênio, o dólar fica ali sozinho voando” e até mesmo dos “sonhos” roubados de Greta Thunberg.
E agora, quais serão os próximos capítulos desta novela?
Queremos fazer um recorte, aqui, que vai além do que se viralizou. Pensar em sustentabilidade está muito além do que abordar apenas a preservação da natureza. Levantar bandeiras em prol do meio ambiente, com aquela linda foto de ativista nas redes sociais, não pode ser algo feito sem entendimento e comprometimento. Caso contrário, serão apenas barulhos que ecoarão pelo vazio do mundo.
O primeiro passo foi dado. A mobilização se fez importante para trazer à tona os grandes problemas ambientais pelo qual o planeta está passando, expondo uma coisa importante que muitas vezes esquecemos: nossos recursos naturais são finitos, ou seja, se esgotam com o tempo. Além disso, queremos acreditar que através deste primeiro passo, um segundo e mais importante será dado: uma ação consciente e coletiva por parte da população, dos governantes e também dos empresários.
Para alcançar a sustentabilidade, em suma, é necessário que se construa uma estrutura ou um sistema auto-suficiente no quesito de geração de insumos e, o mais importante, que haja um trabalho de desenvolvimento cultural e de comportamento visando sempre à preservação ambiental por meio do consumo de produtos e ações conscientes, adotando medidas e gerando soluções que levem a diminuir os impactos ambientais através da reutilização, da redução de detritos e do descarte planejado de materiais recicláveis.
O papel do homem (nosso papel!)
“(…) Em 1990, um americano da classe média consumia um volume de energia equivalente ao de 3 japoneses, 6 mexicanos, 14 chineses, 38 indianos, 168 bengaleses, ou ainda 531 etíopes. Como serão feitas as economias drásticas necessárias quanto á utilização dos recursos? Qual será o consumo de amanhã?” (KAZAZIAN, Thierry. Design e desenvolvimento sustentável: haverá a idade das coisas leves. São Paulo: Editora Senac, 2005, p.26)
É evidente que nós, seres humano somos a chave para o alcance da sustentabilidade. O homem é responsável pelos problemas atuais relacionados ao meio ambiente e ao mesmo tempo pode ser o autor das soluções possíveis para alterar a atual situação ambiental através da conscientização e de suas ações.
Para toda reação existe uma ação. (Isaac Newton)
Somos muitos! Formamos uma grande população. Se cada um de nós repensar nossa relação com o meio ambiente e o consumo desenfreado de produtos e recursos, juntos, criaremos novos hábitos de consumo sustentável.
E se, nossos pensamentos e ações, também se refletirem em todas as áreas de nossa vida; logo, teremos empresários realizando o desenvolvimento de seus produtos de forma sustentável, agregando uma melhoria constante nos processos empresariais que estão ligados ao consumo de recursos naturais, à produtividade, ao desperdício, durabilidade, entre outros.
Não estamos falando em adotar uma política verde sem disseminar o real papel da sustentabilidade e sem alterar suas práticas de produção e de gestão. Os empresários e empreendedores devem ver a sustentabilidade como uma oportunidade de repensar os valores, possibilitando uma nova gestão empresarial e originando um diferencial competitivo no mercado. E aí é que entra o design!
Como o designer pode contribuir para o meio ambiente
Indústrias que queiram incorporar a sustentabilidade de fato, devem repensar toda sua forma de lidar com resíduos e processos, adotando o que chamamos de produção limpa.
Produção mais Limpa é a aplicação contínua de uma estratégia técnica, econômica e ambiental integrada aos processos, produtos e serviços, a fim de aumentar a eficiência no uso de matérias-primas, água e energia, pela não geração, minimização ou reciclagem de resíduos e emissões, com benefícios ambientais, de saúde ocupacional e econômica.
E o designer, como profissional multidisciplinar, poderá contribuir na redução dos impactos negativos do ciclo de vida do produto, pensando desde a extração da matéria-prima até seu descarte e objetivando a eco-eficiência, que integra o conceito de responsabilidade ambiental em todos os departamentos do empreendimento, reduzindo na fonte os resíduos, diminuindo suas despesas, sendo beneficiado por programas de redução de impostos e agregando valores a seus produtos, serviços e marca.
Assim como há médicos especialistas em várias áreas, por exemplo, nutrição, pediatria, odontologia… Também há designers especialistas em diversas áreas: gráfico, digital, de produtos, designer de serviços… E quem sabe, agora, que estamos abordando tanto sobre o tema (meio ambiente), poderemos ver uma crescente busca das empresas investindo neste profissional multidisciplinar, que pode agregar tanto valor para um negócio. Por isso, repetimos: ainda há esperança!